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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Ternura...



Mãezinha querida...

Lembro-me de ti, quando acordei para recordar.

Debruçada ao meu berço, cantavas baixinho e derramavas no meu rosto pequeninas gotas de luz que, mais tarde, vim a saber serem lágrimas.

Conchegaste-me no colo, como se me transportasses a brando ninho e, desde então, nunca mais me deixaste.

Quando os outros iam à festa, velavas comigo, ensinado-me a pronunciar o bendito nome de Deus...Noutras ocasiões, trabalhavas, de agulha aos dedos, contando história de bondade e alegria para que eu dormisse sonhando...

Se eu fugia, quebrando o pente, ou se voltava da escola com a roupa em frangalhos, enquanto muita gente falava em castigo, afagavas minhas mãos entre as tuas ou beijavas os meus cabelos em desalinho.

Depois cresci, vendo-te ao meu lado, à feição de um anjo entre quatro paredes... Cresci para o mundo, mas nunca deixei de ser, em teus braços, a criança pela qual entregaste a vida.

“E, até agora, dia a dia, esperas, paciente e doce, o momento em que me volto para os teus olhos, sorrindo para mim e abençoando-me sempre, ainda mesmo quando os meus problemas te retalhem o peito por lâminas de aflição”.

Hoje, ouvi a música dos milhões de vozes que te engrandecem...

Quis apanhar as constelações do Céu e misturá-las ao perfume das flores que desabrocham no chão, para terce-te uma coroa de reconhecimento e carinho, mas, como não pudesse, venho trazer-te as pétalas de amor que colhi em minh'alma...

Recebe-as, Mãezinha!... Não são pérolas, nem brilhantes da Terra... São as lágrimas de ternura que Deus me deu para que te oferte o meu próprio coração, transformado num poema de estrelas.

Autoria: Francisco Cândido Xavier

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