Powered By Blogger

terça-feira, 27 de agosto de 2013

O perdão...





Precisamos parecer um pouco com os outros para compreendê-los, mas precisamos ser um pouco diferentes para amá-los.
 
(Paul Géraldy)

 O perdão é uma ferramenta indispensável para nossa libertação. Se me perguntarem qual o sentimento mais libertador, eu direi, sem pensar muito, que é o ato de perdoar. O perdão, através do verdadeiro acolhimento e da real compreensão da situação que nos magoou, consegue nos encaminhar para a alforria de qualquer dor, cisão, e nos abre o caminho para a verdadeira inteireza.

Quando me refiro ao ato de perdoar, não é sobre o perdão eclesiástico, por medo de arder no fogo do inferno. Muito menos referente à submissão de outrem à nossa própria altivez, nos delegando algum poder ou superioridade, como se tivéssemos o poder divino de decisão. Não estou falando também de empurrar emoções para debaixo do tapete, motivado(a) pela ilusão de que sentimentos reprimidos não representam ameaças. Não. Falo sobre a compreensão genuína das nossas mágoas, ressentimentos, medos e melindres, para que possamos acolhê-los, compreendê-los e perdoar a nós mesmos e aos outros. Viver, conviver, compartilhar significam ganhos e perdas nas relações.

As pessoas são diferentes, têm suas dificuldades, suas inseguranças, suas carências, e quando isso é colocado em xeque ou em confronto com o outro, o cálice transborda. Na maioria das vezes sobram ressentimentos, amarguras e uma terrível sensação de decepção e desamparo. Quem nunca se sentiu assim? Pois é, mas a vida continua e precisamos estar inteiros e disponíveis para sermos quem em verdade somos. Não podemos carregar uma bagagem pesada e estarmos, ao mesmo tempo, livres e íntegros. Quando um copo está cheio, uma gota o faz transbordar. As pessoas são humanas, como nós; erram, acertam; não se pode esquecer que ninguém é igual sempre. O que eu fui ontem, certamente não é mais o que sou hoje.

Os sentimentos mudam, os valores também. Ficarmos atrelados ao passado, seja nosso ou do outro, é estúpido, improdutivo e, o pior, involutivo. Ser tomado pela fúria e por mágoas demanda muita adrenalina, desgaste físico, emocional, mental e energético. Perdemos muito, em todos os sentidos, com essas emoções. Precisamos exonerar pensamentos obsessivos que insistem em nos perseguir e se instalar em nosso emocional. Se estamos lotados de raiva, rancor e anseios de retaliação, contaminamos nosso ambiente, as pessoas, nossos projetos, nossos desejos, e perdemos essa energia fecunda que nos faz prósperos, bem-sucedidos, amados, criativos, generosos e consequentemente inteiros e mais felizes.

 “Uma certa vez um velho índio disse: dentro de mim, existem dois cachorros: um deles é cruel e perverso, o outro, generoso e magnânimo. Os dois estão sempre brigando! Quando perguntaram qual dos dois cães ganharia a briga, o sábio índio parou, refletiu e respondeu: Aquele que eu alimento!”

Autoria: Wanda Alves

Nenhum comentário:

Postar um comentário