Como nos identificamos com a personalidade, queremos defendê-la, queremos defender a nossa auto-imagem. Quando alguém nos dirige uma ofensa, um insulto, reagimos em busca de defesa. Quem se ofende é o ego, mas, por estarmos identificados com ele, confundimo-nos e achamos que a ofensa é endereçada a nós. Então reagimos.
Ainda nos comportamos como crianças. Ficamos bravos, nervosos, e até choramos quando alguém nos dirige uma ofensa. Em contrapartida, rimos e nos alegramos como meninos em festa quando nos elogiam. Estamos presos a esse mecanicismo desde o berço, senão antes. Desejamos ser adorados, aceitos. Por isso, buscamos os elogios, os bons rótulos, e nos regozijamos com eles.
A mente é gananciosa, insaciável, e, desejando insaciavelmente os elogios, vai nutrindo cada vez mais o orgulho e a vaidade. Os elogios dão segurança à mente, que, dominada por nossos demônios, tornou-se insegura e dividida. Superar os elogios, muitas vezes, se torna uma tarefa muito mais difícil do que superar as ofensas, uma vez que os elogios promovem a sensação de segurança e prazer. O pior veneno é aquele que é doce.
Elogios podem ser, ainda, meras bajulações, movidas por interesses, pela intenção de agradar em troca de algo, como recompensas, favores, vantagens, motivadas pelo interesse de receber um elogio de volta, um reconhecimento. Tudo isso está relacionado às sensações, às sensações de prazer, em particular.
Obviamente, há elogios verdadeiros. Este fato deve ser bem observado, a fim de que possamos conhecer melhor as nossas virtudes, mas nunca para agradar o nosso ego. Precisamos observar a realidade dos fatos, sem fantasiar. Precisamos observar a realidade, sem deixarmos de ser humildes, modestos.
Uma Grande Mestra disse: A mente precisa de purificação sempre que sentir ira ou que uma mentira seja contada, ou que as faltas de terceiros sejam desnecessariamente reveladas; sempre que algo seja dito ou feito com o propósito de bajulação, ou que alguém seja enganado pela insinceridade de uma palavra ou ação. Se não reagimos aos elogios, se nos mantemos serenos, também não reagimos às críticas, insultos, ofensas, agressões ou brincadeiras maldosas. Assim, não nos identificaremos com nenhum dos dois pólos. Elogios e críticas são dois pólos distintos de uma mesma situação. O desejo, o prazer, a sensação, de sermos elogiados, aceitos, adorados, o apego a tais sensações, à paixão por nossa auto-imagem, o amor próprio, nos levam a sofrer quando somos rejeitados, criticados, ofendidos. Tudo isso não passa de uma ilusão com a qual nos identificamos, pois acreditamos na realidade das sensações, acreditamos nas impressões que recebemos sem transformá-las, acreditamos nas fantasias que criamos sobre nós mesmos.
Na realidade, nada que alguém nos diga pode mudar o que somos. Por acaso alguém se torna burro apenas por ter sido chamado de burro, por ter sido rotulado de burro? Impossível. Portanto, não podemos perder nossa capacidade de raciocínio, nosso conhecimento ou sabedoria, só porque, em algum momento, alguém nos rotula como burros ou com outros adjetivos indesejáveis.O único poder que uma palavra de ofensa, de insulto, tem é o poder que conferimos a ela.
Autoria: Fábio F. Bolota
Ainda nos comportamos como crianças. Ficamos bravos, nervosos, e até choramos quando alguém nos dirige uma ofensa. Em contrapartida, rimos e nos alegramos como meninos em festa quando nos elogiam. Estamos presos a esse mecanicismo desde o berço, senão antes. Desejamos ser adorados, aceitos. Por isso, buscamos os elogios, os bons rótulos, e nos regozijamos com eles.
A mente é gananciosa, insaciável, e, desejando insaciavelmente os elogios, vai nutrindo cada vez mais o orgulho e a vaidade. Os elogios dão segurança à mente, que, dominada por nossos demônios, tornou-se insegura e dividida. Superar os elogios, muitas vezes, se torna uma tarefa muito mais difícil do que superar as ofensas, uma vez que os elogios promovem a sensação de segurança e prazer. O pior veneno é aquele que é doce.
Elogios podem ser, ainda, meras bajulações, movidas por interesses, pela intenção de agradar em troca de algo, como recompensas, favores, vantagens, motivadas pelo interesse de receber um elogio de volta, um reconhecimento. Tudo isso está relacionado às sensações, às sensações de prazer, em particular.
Obviamente, há elogios verdadeiros. Este fato deve ser bem observado, a fim de que possamos conhecer melhor as nossas virtudes, mas nunca para agradar o nosso ego. Precisamos observar a realidade dos fatos, sem fantasiar. Precisamos observar a realidade, sem deixarmos de ser humildes, modestos.
Uma Grande Mestra disse: A mente precisa de purificação sempre que sentir ira ou que uma mentira seja contada, ou que as faltas de terceiros sejam desnecessariamente reveladas; sempre que algo seja dito ou feito com o propósito de bajulação, ou que alguém seja enganado pela insinceridade de uma palavra ou ação. Se não reagimos aos elogios, se nos mantemos serenos, também não reagimos às críticas, insultos, ofensas, agressões ou brincadeiras maldosas. Assim, não nos identificaremos com nenhum dos dois pólos. Elogios e críticas são dois pólos distintos de uma mesma situação. O desejo, o prazer, a sensação, de sermos elogiados, aceitos, adorados, o apego a tais sensações, à paixão por nossa auto-imagem, o amor próprio, nos levam a sofrer quando somos rejeitados, criticados, ofendidos. Tudo isso não passa de uma ilusão com a qual nos identificamos, pois acreditamos na realidade das sensações, acreditamos nas impressões que recebemos sem transformá-las, acreditamos nas fantasias que criamos sobre nós mesmos.
Na realidade, nada que alguém nos diga pode mudar o que somos. Por acaso alguém se torna burro apenas por ter sido chamado de burro, por ter sido rotulado de burro? Impossível. Portanto, não podemos perder nossa capacidade de raciocínio, nosso conhecimento ou sabedoria, só porque, em algum momento, alguém nos rotula como burros ou com outros adjetivos indesejáveis.O único poder que uma palavra de ofensa, de insulto, tem é o poder que conferimos a ela.
Autoria: Fábio F. Bolota
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