"Um leão foi aprisionado e levado a um campo
de concentração. Para seu espanto ali haviam outros leões que ali
estavam há anos, alguns a vida toda pois haviam nascido ali mesmo; logo ficou conhecendo as atividades sociais dos leões.
Eles formavam grupos, uns eram socializadores, outros montavam espetáculos; um terceiro era o grupo cultural pois seu propósito era de preservar os costumes, a tradição, a história dos tempos em que os leões eram livres; outro grupo era dos religiosos - reuniam-se principalmente para cantar hinos sobre uma selva no futuro, onde não haveriam grades; alguns grupos atraíam os que eram literários e artísticos por natureza; outros ainda eram revolucionários, reuniam-se para conspirar contra seus captores e contra outros revolucionários.
Eles formavam grupos, uns eram socializadores, outros montavam espetáculos; um terceiro era o grupo cultural pois seu propósito era de preservar os costumes, a tradição, a história dos tempos em que os leões eram livres; outro grupo era dos religiosos - reuniam-se principalmente para cantar hinos sobre uma selva no futuro, onde não haveriam grades; alguns grupos atraíam os que eram literários e artísticos por natureza; outros ainda eram revolucionários, reuniam-se para conspirar contra seus captores e contra outros revolucionários.
De vez em quando estourava uma revolução, e um grupo era exterminado por outro, ou os guardas eram eliminados e substituídos por outros. Enquanto o recém-chegado começava a conhecer o lugar, ele notou um leão que sempre parecia imerso em seus pensamentos, um solitário que não pertencia a nenhum grupo, e passava a maior parte do tempo afastado de todos.
Havia algo estranho nele, que ao mesmo tempo atraía a admiração e a hostilidade de todos, pois sua presença provocava medo e insegurança. Disse ele ao recém-chegado: - Não se junte a nenhum grupo, esses pobres tolos se ocupam de tudo, exceto daquilo que é essencial.
E o que é essencial ? - perguntou o recém-chegado.
Compreender a natureza da cerca... e sair...
Só suas ilusões o impedem de ver quem você é - e sempre foi - livre!
Autoria: Anthony de Mello
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