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terça-feira, 15 de março de 2011

Agora, feche a vala!



Hoje quero compartilhar com vocês o trecho do livro “O caminho da Mago”, de Deepak Chopra, que nos propõe uma interessante reflexão. Ele começa com um questionamento de Arthur à Merlim, o famoso mago:

“ – Você pode me explicar por que você vive às avessas no tempo? – perguntou certa vez o menino Arthur.

- Porque todos os magos vivem assim – respondeu Merlim.

- E por quê?

- Porque essa é a nossa escolha. Ela tem muitas vantagens.

- Não consigo ver nenhuma – insistiu Arthur, pensando nos estranhos hábitos de Merlim, como o de tomar o café da manhã antes de ir para a cama.

- Venha, vou lhe mostrar – disse Merlim, saindo com Arthur da gruta de cristal. Era um dia quente de verão, o sol estava a pino e as rosas silvestres curvavam-se, quase tocando o chão.

- Agora – disse Merlim, entregando uma pá ao menino. – Comece a cavar uma vala daqui até ali e não pare enquanto eu não mandar.

Arthur pôs mãos à obra, cavando com toda a força. Uma hora depois, estava exausto, mas Merlim ainda não havia dito para ele parar.

- Já é suficiente? – perguntou o menino. Merlim olhou para a vala, que devia ter mais ou menos dois metros de extensão por sessenta centímetros de profundidade.

- Sim, já está bom – respondeu Merlim. – Agora encha o buraco de novo.

Apesar de acostumado a obedecer, Arthur não gostou muito dessa ordem. Suando e de cara amarrada, ele labutou debaixo do sol causticante até encher inteiramente a vala.

- Sente-se agora do meu lado – disse Merlim. – O que você achou deste trabalho?

- Completamente despropositado – deixou escapar Arthur.

- Exatamente. E o mesmo acontece com quase todo esforço humano. Mas a falta de propósito só é descoberta tarde demais, depois que o trabalho já foi feito. Se você vivesse às avessas no tempo, você teria percebido que cavar aquela vala era despropositado e não teria nem começado o trabalho.”

É claro que viver às avessas no tempo é uma tarefa um tanto quanto impensada para nós, seres humanos, porém, já refletiram quantas vezes nos preocupamos com algo que não precisava desse dispêndio de energia? Quantas vezes, ao vermos uma determinada situação resolvida, não pensamos: “Puxa! Gastei tempo e energia à toa me estressando e preocupando daquela maneira”?

Isso serve para os ansiosos, os que assumem o papel de controlador, os estressados, os precavidos, os inseguros, os que não confiam em si mesmos…enfim, essa reflexão cabe a todos nós que, um dia ou outro, acordamos com a vontade insana de querer comandar tudo e ultrapassar o fluxo natural das coisas.

No fim tudo dá certo. Clichê, porém, verdade. Se não há o que ser feito naquele exato momento, não adianta remoer hipóteses em nossas cabeças. Há situações em que o tempo é o único que tem o poder de trazer resultados e você não pode fazer nada além de… deixar ele correr. Contudo, enquanto o relógio dá as suas habituais voltas, ao invés de relaxarmos, focarmos atenção em outra atividade, refletirmos, meditarmos, ou qualquer outra coisa, não! Vamos sentindo cada segundo passar. E cada hora completada vai ganhando um peso que não têm. E sua energia vai diminuindo a troco de nada… E a vala vai sendo cavada, mais funda, mais rápido, mais exaustivamente sob o sol do meio-dia.

A natureza, não se importando com sua aflição, segue sua harmonia e então, quando o futuro se torna presente e as situações se resolvem, você é obrigado a fechar a vala e vê quanto esforço foi inutilizado.

Agora, pensem nas inúmeras situações das suas vidas em que essa analogia se aplica. Vamos parar de sofrer à toa e de usar nossa preciosa energia por nada. Por amor-próprio e em nome da consciência que temos, vamos nos poupar!!!

Guardem a pá que você tem usado por todos esses anos. A partir de agora, tudo a seu tempo!

Autoria: Cínta Michepud

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